Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Valentine

um blog indefinido e mesclado como só ele sabe ser

Metáforas estranhas para sentimentos assustadores

 

  Hoje senti-me um rato USB desligado. Não sei porquê esta comparação, mas o que é certo é que ecoou alto na minha cabeça. Sinto-me um rato USB desligado. Estou ali, tenho pilhas, tenho todo um propósito, mas não funciono. Porquê? Estou desligada. E é só isso. São mais os dias que me sinto assim do que outros quaisqueres e isso chateia-me. Mas dias não são dias e hoje escrevi sobre isto. Há dias assim e não faz mal falar sobre eles. Para a próxima escrevo sobre algo que me aqueça o sangue. Neste momento sou só um rato USB desligado. 

 

 

A minha relação com a Rádio em 5 momentos

 

 

 

  Apesar de agora ser mais Spotify, em tempos fui muito Rádio. Desde as viagens de carro com o meu pai até à escola até às horas passadas no meu próprio carro entre casa e a universidade, sempre adorei ouvir Rádio. Passei por várias estações de eleição e recordo momentos bem giros passados com esta companheira. Estes são os meus 10 momentos/sentimentos/coisas de relação com a Rádio: 

 

1 - Quando era pequena, ouvia religiosamente a Guerra dos Sexos nas manhãs da RFM com a Carla Rocha e o Zé Coimbra. Se percebia alguma coisa daquilo? Não, e estava longe de sonhar saber qualquer uma daquelas respostas. Mas torcia sempre pelo sexo feminino

 

2 - Depois da RFM, a Rádio das manhãs com o meu pai foi a Cidade FM. Por causa da Joana Azevedo ter o mesmo nome que eu, achei que o meu futuro seria como locutora de Rádio. Até ter ouvido a minha voz na Rádio e ter detestado

 

3 - No meu 12º aniversário, o meu pai ligou para a RFM porque estavam a felicitar quem fazia anos naquele dia, 29 de fevereiro. Recebi os parabéns e ainda tive direito a uma piadinha que foi algo deste género: "Chega ao pé do pai e diz 'Pai, quero ver os Morangos com Açúcar'. Qual quê, tens 3 anos, vai mas é ver o Ruca". Nesse dia, deram-me os parabéns em directo na Rádio e ainda tive direito a ir ao Você na TV só por ter nascido neste dia peculiar. Sim, eu fui ao programa. Não, não há gravações. 

 

4 - Também perdida nos tenebrosos tempos da minha pré-adolescência está a minha primeira participação na Rádio. Apresentei uma música do Top 8 às 8 da Cidade FM e senti-me a última bolachinha do pacote porque um colega meu de turma estava a ouvir a emissão e reconheceu a minha voz. "E agora, no Top 8 às 8, em 6º lugar, "Say it right" da Nelly Furtado ft Timbaland." Coitadinha, a Nelly não estava lá muito bem colocada. 

 

5 - Infelizmente, este momento aconteceu já em idade quase adulta. Dei uma entrevista na RUA, a Rádio Universitária do Algarve, para promover um evento que tinha organizado para a cadeira de Culturas Fílmicas e Cinematográficas. A conversa estava a fluir tão bem que eu aproveitei o momento para falar da exibição da curta metragem de um amigo meu que ia acontecer naquele dia. Achei que tinha sido a melhor amiga do mundo, até ter descoberto que tinha dito o local errado da exibição em directo na Rádio. A definição de cringe podia muito bem ser a minha reacção quando me apercebi do que tinha feito. 

 

Se havia mais momentos para descrever esta relação? Sim, mas estes pareceram-me adequados. Hoje em dia, oiço muito pouco mas acompanhou-me em momentos tão bons que achei por bem assinalar o Dia Mundial da Rádio, ainda que quase no fim, com este post. 

 

A minha vida com a Isotretinoína

 

 

 

  Passou sensivelmente um mês desde que adoptei esta pequena, com um nome estranho e difícil de pronunciar, que vêem no título. Segundo a Wikipedia, "é um fármaco utilizado pela medicina no tratamento da acne severa, rosácea e acne resistente". Segundo a Dermatologista, é a cura para os meus problemas. Eu acho que ela é só chata. 

 

  Ora bem, eu não tenho acne severa. Mas aproximo-me dos 23 anos e ela continua aqui. Manifesta-se com pequenas borbulhas espontâneas e um tom rosado constante. Experimentei cremes, técnicas de lavagem persistentes e outras mil acrobacias sem a conseguir expulsar, por isso, recorri à Dermatologista

 

  Ouvi todos os efeitos secundários, li a bula e vi casos de sucesso na internet. Pensei que ia ser fácil esconder as explosões iniciais na minha pele, uma vez que me era permitido o uso de maquilhagem desde que fosse oil free, e que a secura não me ia perturbar por aí além. Inocente...

 

  Primeiro, tive de abdicar por completo da maquilhagem dado que a combinação de base com pele a desfazer-se está longe de ser bonita. Na boa, bring it on, tira-me tudo menos o eyeliner preto que tanto me caracteriza. Até que as pálpebras secaram e incharam. Mas secaram a sério, assim ao nível de desidratação do deserto! Aí, acabou a brincadeira da maquilhagem e começou a minha tristeza. Para quem não sabe, eu adoro maquilhagem. Tenho uma vasta colecção e uma rotina diária com, pelo menos, 10 passos, que me dá um gozo imenso. 

 

  E a secura dos lábios? Essa é outra marota. Acordo todos os dias a sentir-me um zombie acabado de despertar e a boca quase que estala de tão seca que está. Se me esqueço do stick labial em casa, é literalmente o fim do mundo, porque esta marota não me dá descanso e tortura-me ao ponto de me doer rir à gargalhada

 

  Ainda tenho 5 meses pela frente e espero bem que a Isotretinoína me livre desta acne resistente. Quero acreditar que é a santa milagrosa descrita pela Dermatologista. Porém, até agora, tem sido uma tortura da qual eu sonho em me livrar