A série"Big Little Lies" estreou em Fevereiro de 2017 e desde logo me conquistou. O elenco, a banda sonora, as cores e o enredo. Isso conduziu-me até à escrita da Liane Moriarty, a autora do livro na qual a série se baseava. Movida por escassez monetária no momento em que decidi que tinha de saber o desfecho daquela história, recorri à pirataria e encontrei um PDF online. Li-o de rajada. Faltava-lhe a banda sonora espectacular da série, mas o enredo era mil vezes melhor. Mal sabia eu que estaria para sempre refém da Senhora Moriarty.
Agosto de 2017. Numa das muitas visitas à pequena estante designada como biblioteca do hotel onde tive o pior trabalho do mundo, tropecei num exemplar que me conquistou pela lombada. Era um livro da Liane Moriarty. A sinopse? Pouco importava. Levei-o para casa e, ao contrário do que fiz com os restantes livros que li daquela estante, não consegui devolver aquele. "Trully Madly Guilty" foi a segunda flecha cravada no meu coração pela Senhora Moriarty.
Maio de 2018. A minha vizinha do lado convidou-me para ir a casa dela ver os livros que ela tinha, com a premissa que poderia levar todos os que queria. Quem me dera que houvessem mais convites destes. Mais uma vez, ao vislumbrar a prateleira, deparei-me com outra lombada daquelas. Liane Moriarty! Devorei o "The Husband's Secret" em 3/4 assentadas de 100/150 páginas cada uma, tendo a última perturbado o meu sono, dado que só o larguei já eram quase 2 da manhã. (Entendam que eu sou uma idosa no que toca a horas de sono, menos de 7h não são aceitáveis para o normal funcionamento desta pessoa.)
Julho de 2018. A chegada do primeiro ordenado no mundo do marketing digital deu espaço a algumas prendas para mim própria. Uma delas? Acertaram! Um livro da Liane Moriarty. Comecei a ler o "Three Wishes" no domingo à noite e já mexeu com o meu horário de sono. Parece que não aprendo, mas a culpa é da Senhora Moriarty por ser a mestre dos enredos e personagens complexas.
(Este post não foi patrocinado por ninguém, mas se estiverem interessados, adorava que me patrocinassem os 3 livros que me faltam da Liane Moriarty.)
Aos 22 anos, fui pela primeira vez ao Alive. Aquele mítico festival em Algés falado e apreciado por meio mundo. Por muito que goste de música, pensar em ir a festivais é sempre um tópico sensível para mim por causa das multidões. Admito que não sou a maior fã de grandes aglomerados de seres humanos em espaço que acabam por se revelar pequenos para a sua afluência.
No entanto, este ano finalmente fiz um visto nessa caixinha. O cartaz era demasiado bom, ainda que não tenha conseguido bilhete para o dia de Pearl Jam. Os dois primeiros dias fizeram de mim uma criança (muito muito muito) feliz. De todos os concertos que vi, Jain, Arctic Monkeys, The National, Queens of the Stone Age e o secret show fofinho da Mallu Magalhões conquistaram um lugar especial no meu álbum de recordações.
Paguei alarvidades por cerveja, fintei filas com idas estratégicas ao WC e passei horas de pé a ver bandas que me eram muito queridas. Não usei purpurinas na cara, não vesti nada que tivesse franjas, nem andei de lingerie pelo recinto. Fui aquela pessoa não-millenial que vestiu roupa confortável, apropriada ao clima, e levou um carregamento de sandes como se tivesse 5 filhos a meu cargo. Relativamente à tão debatida questão dos telemóveis a gravar cada segundo dos concertos, sou da mesma opinião que a vasta maioria que se tem pronunciado acerca desta temática. Fiquei espantada com o número mínimo de telemóveis que se viram erguidos num Palco Sagres cheio para receber Jain, o que me provou que o poder de um bom concerto ainda não foi devorado pelas tecnologias. Porém, quando os Arctic Monkeys tocaram a "Do I Wanna Know", fiquei igualmente espantada com o número de telemóveis que se ergueu quais cavaleiros a desembainharem espadas na hora do combate.
Que venha o Super Bock Super Rock e os meus amados The XX!
Como já mencionei anteriormente, trabalho em redes sociais. O meu dia a dia roda entre o Facebook, o Instagram e o Twitter como ferramenta de trabalho. Sim, sou aquela pessoa que responde a comentários e mensagens em nome do cliente. Este post é algo já pensado há algum tempo e, mesmo sabendo que não vai atingir as pessoas a quem me refiro, achei de uma urgência peculiar.
Eu lembro-me de ter aprendido a escrever uma carta na primária. Qual a sua estrutura, os componentes básicos, entre outros. Mas pelos vistos as pessoas que me escrevem nas redes sociais não o fizeram. Ao enviar uma mensagem para alguém desconhecido, uma entidade, etc., há uma certa norma a seguir. Iniciar a mensagem com uma saudação, explicar a intenção, sei lá, aquelas coisas básicas, estão a perceber? Porém eu recebo mensagens que dizem "Preço para 2 noites, com peq. almoço, 2 pessoas". Assim, sem mais nem menos. Ou melhor ainda, mensagens que somente dizem "PREÇO". Sinto quase que acabei de acordar ao lado daquelas pessoas, toda a vida as conheci, daí dispensarmos o tradicional "Bom dia" e "Obrigado". Gosto também daquelas pessoas que escrevem estas mensagens mas como comentário em publicações. Como quem diz "Tu que estás aí a escrever isto, faz o teu trabalho e diz-me o preço para 2 pessoas com pequeno almoço, entre 20 e 24 de julho neste hotel, que é para isso que te pagam". As pessoas que fazem isto são as mesmas pessoas que não levantam os tabuleiros na restauração dos centros comerciais para "não tirarem o trabalho a ninguém".
Como alguém que está do outro lado, garanto-vos que a vossa mensagem será muito melhor recebida se tiverem algum respeito e atenção para com a pessoa que vos vai dar a informação que querem. As mensagens nas redes sociais não são telegramas, têm caracteres à farta para a saudação e até para todos os P.S.s do mundo. Pela felicidade de todos os gestores de redes sociais deste mundo, sejam tão bem educados no mundo virtual quanto o são no real.
(Se são sempre mal educados, tenho pena de vocês.)
(Este post também se aplica à boa educação para todos que vos prestam serviços, desde a caixa de supermercado ao carteiro.)